Wagner Moura lança ‘Praia do Futuro’ e deixa o Brasil por dois anos

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Wagner Moura nem estranha mais - é o preço que paga por ter feito um personagem tão forte quanto o Capitão Nascimento. Desde 2007 e, depois, 2011, quando Tropa de Elite 1 e 2 viraram fenômenos - e o segundo se transformou no recordista de público de todas a história do cinema brasileiro -, ele se acostumou a ver as pessoas, e a imprensa, perguntarem se o papel, qualquer que seja, é uma tentativa de se libertar do capitão do Bope. "Dessa vez, vão radicalizar", prevê. "Vão dizer que fiz um gay para acabar de vez com o Nascimento."
 Na verdade, Wagner Moura está muito feliz com Praia do Futuro, que estreia nesta quinta, 15, em um bom circuito. Não é um blockbuster, daqueles que entram arrebentando em centenas de salas. É um lançamento menor e ele confessa que está ansioso.

Parque de diversões
Cineasta e artista plástico, Karim Aïnouz tem 48 anos e nasceu em Fortaleza. Depois de estudar arquitetura na Universidade de Brasília (UnB), ele fez mestrado em cinema na Universidade de Nova York. Seus filmes já foram exibidos nos festivais de Cannes, Berlim e Veneza. 

“Aprendi a filmar fazendo. As pessoas acreditavam no projeto e fui em frente. Para mim, é como ganhar uma viagem para um lugar que não conheço”, acrescenta. O cearense conta que só agora começa a conhecer um pouco melhor o ofício. Se hoje já chega ao set mais tranquilo, antes era “um desespero”, confessa, comparando filmar ao prazer da criança no parque de diversões.

“Faço cinema porque sou um péssimo pintor”, afirma, lembrando que as artes visuais e o curso em Nova York foram essenciais para sua formação. “Não dá para adentrar o universo do cinema ignorando que ele não nasceu ontem. É preciso indagar onde estou na história da linguagem que utilizo. Neste início de século 21, vivemos a falência da narrativa clássica. O cinema pode ser muito mais do que é, não precisa ficar descrevendo as coisas”, acredita. “Não é mais possível fazer cinema só discursivo. Precisamos provocar a imaginação do espectador, criar mais interação poética com ele”, adverte.
Karim lembra que o cinema, quando surgiu, era experimental e não narrativo. “Ele trazia algo mágico entre o circo, as artes visuais e o surrealismo. É nisso que me inspiro. Só muito mais tarde ele foi sequestrado pelo teatro e a literatura”, provoca. De acordo com o diretor, o formato digital convida à reinvenção da sétima arte.

 CONFIRA O TRAILER ABAIXO:


LONGAS DE KARIM
'Praia do Futuro' (2014)
'O abismo prateado' (2013)
'Viajo porque preciso, volto porque te amo' (2010, parceria com Marcelo Gomes)
'O céu de Suely' (2006)
'Madame Satã (2002)'

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