“Vai ter processo, vai ter exposição e por mim teria boicote também“. Uma mulher com deficiência auditiva da cidade de São José, em Santa Cantarina está comovendo a internet com um desabafo que já foi compartilhado mais de 32 000 vezes em dois dias. Para você ir ao cinema é uma atividade normal, certo? Pois para a jovem Danielle Kraus Machado não é tão simples assim.
“Hoje fui no Continente Shopping, em São José, onde o cinema é da empresa Cinépolis. Queria assistir A Era do Gelo ou Procurando Dory. Porém tenho perda auditiva bilateral moderada e, mesmo com aparelhos auditivos, preciso de legenda. Só que não tinha“, explica a jovem na mensagem, publicada em seu perfil pessoal no Facebook.
Na sequência, Danielle explica o que aconteceu após descobrir que o filme não tinha legenda: “Depois de esperar um tempão pelo gerente, ele vem e só fica falando ‘você que procure seus direitos então, eu não posso fazer nada, quem decide se é legendado ou dublado é a distribuidora.’ Porém, já descobri que quem decide isso é o pedido do cinema, ou seja, dele mesmo (corrigindo: esse sistema de quem decide é o próprio cinema, foi de outra empresa de cinema, não era a mesma, desculpa)“, garante a jovem. Confira a publicação:
“Ok, ele ‘não pode fazer nada’, mas eu posso. Vai ter processo, vai ter exposição e, por mim, teria boicote também. Vai ter resistência, vai ter cartaz, vai ter denúncia, vai ter luta“, garante a jovem no desabafo. Além da mensagem, que já recebeu mais de 41 000 curtidas, a jovem também compartilhou fotos de um protesto feito na porta do cinema.
“Semana que vem tem mais, quem conhecer alguém que tenha interesse em ir junto, só avisar (será que outros cinemas também não cumprem a lei?). Essa luta é por todas as pessoas com deficiência. Se você não diz a uma pessoa com deficiência física, cadeirante: ‘se essa rua não tem rampa, é só passar em outra, ué, que frescura, quer andar em todas as ruas, igual todo mundo’, então não diga a uma pessoa com deficiência auditiva: ‘se esse filme não tem legenda é só ver outro, ué, que frescura, quer ver todos os filmes, igual todo mundo’. Deu para notar a discriminação?“, conclui a mensagem.
Danielle também explicou que já tentou assistir aos filmes dublados: “Mal entendi três frases. Não adianta eu querer fingir que não tenho deficiência auditiva“. Nos comentários, internautas apoiam a decisão da jovem de procurar direitos iguais.
A Cinépolis foi procurada pela revista VEJA São Paulo, mas até a publicação desta reportagem não respondeu ao pedido.
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